A FRUSTAÇÃO DO POVO POR NÃO PARTICIPAR DA ADMINISTRAÇÃO DO PAÍS!

Apropriação do Governo, do tesouro nacional, do dinheiro do povo, dos cargos, das benesses, das obras e do patrimônio público.!!!

O Brasil é um país imenso com muitas riquezas, um povo alegre e feliz, mas cujo excesso de alegria esconde uma amargura triste por um fato que não pode resolver, qual seja: as mazelas políticas que ocorrem debaixo de seus olhos, cujos fatos e impotência vão levando o Brasil a ser constituído por um povo triste e envergonhado.

Qualquer brasileiro comum sabe, já ouviu falar, tem certeza, já viu, já foi vizinho etc, de algum político e de seus atos. E, certamente, sabe que os políticos e as autoridades usam e abusam de seus cargos públicos em benefício próprio e da sua família.

Dentre essa gente humilde que já viu e vê todos os dias essas mazelas, quantos não são motoristas de políticos, quantos garçons, jardineiros, cozinheiros, domésticos, auxiliares etc que vêem os desmandos e nada podem fazer e falar, porque é dali que tiram o sustento de suas famílias. Daí a tristeza e a falsa alegria, porque não tem poder nem capacidade para fazer alguma coisa, apenas sabem que estão roubando o dinheiro do povo, a escola do filho, o hospital da família, a estrada da praia e etc, etc, etc

Essa gente humilde não se engana, mas como sabe que nada pode fazer, entrega a Deus tudo o que não pode resolver e acaba levando sua vida como se nada tivesse acontecendo e, assim, vai tomar sua cerveja, vai a sua praia, vai pagar sua prestação e tocar sua vida, como se levasse uma vida paralela a tudo isso que ocorre ao seu lado, sem saber (ou se enganando), que, na verdade, esses desmandos o atinge diretamente, seja no preço do arroz com feijão, na falta da escola do filho, na falta de hospital, na falta de medicamentos e na falta de tantas outras necessidades básicas.

Se essa gente humilde fosse respeitada e tivesse acesso a escolaridade, a informação, a cultura, a debates e a todos os demais meios necessários para se informar e ver as contas, cálculos, relatórios e orçamentos públicos, veriam com mais certeza e realismo os desmandos que enxergam com seus olhos e ouvidos no dia a dia.

Se tivéssemos melhores escolas, melhores meios de difusão cultural e melhores mecanismos de participação social, melhor educação, ou que, pelo menos, fosse dada a oportunidade a estes humildes a prática de reuniões com os diretores e professores das escolas de seus filhos, para discutirem as questões nacionais como o dinheiro que pagamos de impostos, o dinheiro que se aplica em educação, o dinheiro que se aplica em saúde, os desvios, os escândalos, suas causas, os culpados etc. e teríamos, assim, a inclusão de milhares de brasileiros conhecendo a realidade de seu país e discutindo temas importantes para a nossa vida e para os nossos destinos. E seria muito bom para todos nós vermos a alegria do povo simples em tomar conhecimento (por pessoas apartidárias e não corporativistas) da realidade nua e crua da situação do país. Seria apaixonante ver milhares de pessoas saindo do analfabetismo social-político e tomando as rédeas de seus destinos.

Se isso ocorresse e funcionasse, todos esses milhares de humildes brasileiros veriam quanto dinheiro paga em impostos, veriam quanto dinheiro é desviado, quanto dinheiro é jogado fora, quanto dinheiro é roubado e o quanto esse dinheiro poderia fazer para melhorar as suas vidas diretamente, através de boas escolas, de bons hospitais e bons serviços públicos.

Veriam que o país arrecada em impostos mais de um trilhão de reais por ano, que o PIB nacional é equivalente a outros dois trilhões de reais por ano e que temos ainda inúmeras outras riquezas, capacidades e possibilidades.

Veriam também que só de aposentadorias de políticos, marajás, funcionários públicos e amigos, o Governo gasta e joga fora, cerca de 100 bilhões de reais por ano, com o dinheiro que pagamos de impostos. Será que esse povo humilde organizado e alfabetizado politicamente concordaria com isso? Seria esse o destino do dinheiro dos nossos impostos?

Veriam igualmente que de todas as obras públicas do país, como do PAC, por exemplo, que alçam a cifra do trilhão, ocorrem desvios de cerca de 20% por cento ou mais, com desmandos, maracutaias, desperdícios, etc e que isso resulta em cerca de 200 bilhões de reais por ano. Ou seja: só nos dois exemplos já temos cerca de 300 bi por ano em desvios.

Veriam, outrossim, que as obras de hoje são feitas de acordo com as prioridades dos políticos e não de acordo com as necessidades reais da população.

Veriam também que tem possibilidade de descobrir o quanto o Estado do Maranhão ou qualquer outro Estado brasileiro arrecada em impostos e quanto não gasta com o bem estar do povo. Veriam igualmente que tem possibilidade de somar todos os recursos que se desviam no país, seja para o bolso de gente graúda, seja para funcionários públicos, seja para aposentados especiais, seja para sindicalistas e para tantos outros amigos. Veriam que com tanto dinheiro daria para fazer muita coisa boa, bem diferentes e muito melhores que as atuais.

Veriam ainda que se juntassem todos os mais de 100 milhões de humildes brasileiros e que, se sintonizassem os mesmos anseios e desejos, conseguiriam mudar o destino do país.

Contudo, veriam também que o sistema político brasileiro não permite que o povo se intrometa em administração pública ou que participe diretamente da elaboração do orçamento nacional ou que opine sobre a aplicação do dinheiro público. Ou seja: descobririam que é melhor continuar analfabetos e confiantes que os Prefeitos, os Vereadores, Deputados, Senadores, Assessores, Políticos, pessoal da CUT, da Força, do Congresso Nacional e Sindicalistas em geral, continuem administrando o seu suado dinheirinho....